Não se ouve falar de comércio exterior no Brasil sem citar o Porto de Santos. Por estar em uma localização estratégica para quem chega ao país, navios vindos de todas as partes do mundo descarregam containers nesse porto. Dentro dessa perspectiva, o Porto de Santos possui uma fatia generosa de participação na corrente comercial brasileira, representando 28% do comércio e figurando como o principal porto de toda a América Latina.
Sua história data de muito antigamente, ainda no século XIV, quando se tornou o ponto estratégico para desembarque de marinheiros que seguiam para comercializar com Portugal. A partir de 1808 o Porto começou a ser usado no setor privado para a comercialização de café, quando a corte portuguesa abriu os portos para navios estrangeiros. No entanto, sua inauguração oficial ocorreu somente em 1892. Na virada do século XIX para o século XX o Porto de Santos já havia se consolidado como o maior porto exportador de café do mundo. Contudo, somente em 1980 com o fim da concessão à iniciativa privada se tornou público.
Anualmente, quase 5 mil navios desembarcam seus containers em Santos, que possui uma capacidade de 5,3 milhões de TEUs por ano, unidade equivalente a 20 pés, ou seja, a capacidade máxima de um container marítimo. Sua área total é de 8km², onde estão localizados 54 terminais, 60 berços e 16km de cais acostáveis. Além disso, estima-se que mais de 50 mil empregos estejam associados às atividades do porto para suportar uma operação de tamanha grandeza e complexidade. Atualmente o Porto de Santos é administrado pela Santos Port Authority (SPA), empresa que atua perante o Ministério da Infraestrutura e em conjunto com outras áreas privadas.
Sua importância na economia é tão significativa que a logística de seu entorno foi modificada em função de suas operações. Por exemplo, após as marginais Pinheiros e Tietê deixarem de ser vias periféricas, construiu-se o Segundo Rodoanel (2002), que trouxe mais eficiência no ir e vir das cargas. Em 2005, mudanças como a construção da perimetral e a criação do estacionamento de caminhões em Cutabão contribuíram diretamente para a melhoria logística da região.
Todos os dias passam por ele cargas de todos os estados brasileiros, sendo o maior porto exportador de açúcar, suco de laranja e café em grãos do mundo. Em 2020, o volume de exportações ultrapassou 94,3 milhões. No último ano, o destaque foi para a soja a granel, que totalizou 23 milhões de toneladas, além do óleo combustível e sucos cítricos. Nas importações, que cresceram mais de 10% ano passado, podemos destacar os fertilizantes, que sozinhos totalizaram mais de 8 milhões de toneladas. Os navios que frequentam o porto são os famosos cargueiros comuns, os Roll On-Roll Off, os grane leiro e granel eirós líquidos e petroleiros, o que explica o fato das importações se concentrarem no óleo diesel. Além destes, também atracam navios oceanográficos, pesqueiros, de guerra e de passageiros.
No entanto, apesar de sua importância para a economia brasileira e mundial, o Porto de Santos enfrenta muitos problemas burocráticos. As cargas ficam paradas cerca de 12 a 17 dias a mais que a média mundial, sem contar nos seus problemas de infraestrutura. De modo geral, os portos precisam de investimentos constantes para manterem uma boa operação, nesse aspecto Santos tem se modernizado ao longo dos últimos anos e conta com projetos de ampliação, integração e disponibilização de mais áreas para os próximos anos que virão. Com essas melhorias é possível que no futuro o do Porto de Santos seja o principal distribuidor de cargas da Costa Leste da América Latina, já que atualmente é responsável por mais de 55% das transações comerciais do Brasil com o exterior. Sua importância para o Comex é inegável e o seu futuro promissor.